Cena externa negativa patrocina realização de lucros e Ibovespa recua 1,65%

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O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta terça-feira, com o quadro externo negativo induzindo realização de lucros após fortes altas nos últimos pregões. O quadro político doméstico voltou a pesar sobre os ativos.

O Ibovespa caiu 1,65 por cento, a 42.520 pontos.

O volume financeiro do pregão somou 5,2 bilhões de reais.

Na véspera, o índice de referência do mercado brasileiro saltou 4 por cento, alcançando o maior patamar de fechamento de 2016 e quase zerando as perdas no ano.

O ambiente financeiro global foi minado nesta sessão pelo recuo dos preços do petróleo, após comentários da Arábia Saudita descartando cortes na produção no curto prazo. Em Wall Street, o S&P 500 caiu 1,05 por cento.

Da cena política, agentes financeiros seguiram especulando sobre consequências políticas da nova fase da operação Lava Jato, deflagrada na segunda-feira, particularmente o efeito no processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

DESTAQUES

– PETROBRAS teve as preferenciais em queda de 2,38 por cento e as ações ordinárias recuando 4,45 por cento, na esteira do declínio do petróleo. Na segunda-feira, Petrobras ON chegou a saltar mais de 16 por cento.

– VALE encerrou com as ações PNA em queda de 4,26 por cento e os papéis ordinários recuando 5,78 por cento, após fortes ganhos na véspera, em sessão de noticiário intenso da mineradora. Entre elas, protesto de funcionários da Vale em protesto contra o não pagamento de participação nos lucros de 2015, e pedido de prisão preventiva de presidente licenciado da Samarco e outros 6, conforme reportou o G1.

– ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO cederam 1,43 e 0,96 por cento, respectivamente.

– JBS desabou 5,9 por cento, com profissionais do mercado atrelando parte do movimento a apreensões com eventuais novos desdobramentos da operação Lava Jato e da CPI do BNDES.

– USIMINAS teve alta de 2,2 por cento, com dados mostrando alta mensal das vendas de aços planos no Brasil, mas queda na base anual. CSN, que subiu 1,95 por cento, informou na véspera que pretende tomar medidas para cumprir exigência da bolsa de Nova York após seu ADS negociar no mercado abaixo de 1 dólar por mais de 30 dias, descumprindo normas.

– FIBRIA e SUZANO PAPEL E CELULOSE ficaram entre as poucas altas do dia, com ganhos de 2,64 e 2,15 por cento, respectivamente, após dados da consultoria finlandesa Foex mostrarem preços praticamente estáveis na base semanal de celulose de fibra curta na China e Europa.

– CETIP avançou 0,92 por cento, com agentes digerindo a nova proposta da BMF&FBOVESPA para comprar a central depositária de títulos. O BTG Pactual recomendou compra do papel. A ação da operadora da bolsa brasileira caiu 0,71 por cento.

– MARCOPOLO, que não está no Ibovespa, avançou 3,45 por cento, após divulgação de resultado trimestral, que analistas do Itaú BBA consideraram fraco, embora dados operacionais tenham vindo acima das expectativas.

 

(Créditos: Reuters)