A Rússia tem tido dificuldades em conquistar territórios na guerra com a Ucrânia que já dura 86 dias. Em um sinal da necessidade urgente de reforçar seu contingente, o Parlamento russo disse nesta sexta-feira (20) que considerará um projeto de lei para permitir que russos com mais de 40 anos e estrangeiros com mais de 30 possam se alistar nas Forças Armadas.
O site da Duma do Estado, a câmara baixa do parlamento, disse que a medida permitirá que os militares utilizem as habilidades de profissionais mais velhos.
“Para o uso de armas de alta precisão, a operação de armas e equipamentos militares, são necessários especialistas altamente profissionais. A experiência mostra que eles se tornam assim aos 40-45 anos”, disse.
Atualmente, apenas russos de 18 a 40 anos e estrangeiros de 18 a 30 anos podem assinar um primeiro contrato com os militares.
A Rússia sofreu grandes reveses e grandes perdas de homens e equipamentos na guerra com a Ucrânia mobilizando praticamente toda a sua população masculina adulta. Apesar de assumir o controle total das ruínas de Mariupol, Moscou continua longe de seu objetivo de tomar toda a região de Donbas, no leste da Ucrânia.
“Claramente, os russos estão com problemas. Esta é a mais recente tentativa de resolver a escassez de mão de obra sem alarmar sua própria população. Mas está ficando cada vez mais difícil para o Kremlin disfarçar seus fracassos na Ucrânia”, disse o general aposentado dos EUA Ben Hodges, ex- comandante das forças do Exército dos EUA na Europa.
Jack Watling, especialista em guerra terrestre do think tank britânico de segurança e defesa RUSI, disse que os militares russos estão com falta de infantaria.
“A Rússia precisa estabilizar a tripulação em suas unidades militares na Ucrânia e gerar novas unidades se quiser melhorar sua posição no terreno”, disse ele.
“Este será um processo lento e complicado, mas pode ser acelerado mobilizando pessoas com habilidades existentes e experiência militar”.
A Duma disse que a legislação proposta também facilitaria o recrutamento de médicos civis, engenheiros e especialistas em operações e comunicações.
Separadamente, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse na sexta-feira que a Rússia estava formando 12 unidades militares em seu distrito militar ocidental em resposta às crescentes ameaças lá, citando propostas de adesão à Otan pela Finlândia e Suécia.
(com Reuters)
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