Alunos fecham parte da Av. Paulista em protesto contra reforma no ensino

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Estudantes de escolas estaduais realizavam uma manifestação na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (09). Os alunos protestam contra a reforma na rede paulista de ensino proposta pelo governo. A Polícia Militar disse que uma pessoa foi detida e encaminhada para o 78º DP, nos Jardins. A corporação não informou o motivo da detenção.

A Secretaria de Estadual de Educação quer dividir os colégios por ciclos. Com a ideia, cada colégio só atenderia a um dos ciclos da educação.

As 10h50, o grupo que estava na Av. Paulista se concentrava em dois pontos. Um desceu a Rua da Consolação e chegou na Praça da República, em frente a Secretaria Municipal de Educação. Outro estava na Rua Martinho Prado, na altura da Rua Augusta.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ainda registrava pontos de protestonas ruas Clélia e Azevedo Marques.

O grupo chegou a fechar o sentido Paraíso da via, segundo a CET. Eles se reuniam na altura do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Mais cedo, os estudantes estavam concentrados no sentido Consolação.

No horário, os motoristas enfrentavam pouco mais de 1,5 km de congestionamento na via, na direção da Rua da Consolação. O engarrafamento começava na Praça Oswaldo Cruz e se estendia até a Rua Professor Otávio Mendes. Já na direção do Paraíso, a CET registrava lentidão entre as ruas Haddock Lobo e Peixoto Gomide.

Protesto na Régis
Manifestantes ligados ao Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) também realizavam um protesto contra a proposta do governo na Rodovia Régis Bittencourt, em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo.

Segundo a concessionária que administra a estrada, às 9h50, o grupo fechava duas das três faixas da via na altura do km 271, sentido capital paulista. Por conta do ato, havia registro de 2 km de filas, a partir do km 273.

Reestruturação do ensino
A medida visa reorganizar a distribuição dos alunos nas escolas. As unidades passarão a atender exclusivamente um dos três ciclos de ensino: o primeiro, que abrange os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; o segundo, com alunos do 6º ao 9º ano do fundamental; e o terceiro, que reúne os três anos do ensino médio.

Atualmente, algumas escolas da rede estadual atendem alunos de mais de um dos ciclos. Para a Secretaria Estadual da Educação, o ideal é que as escolas recebam apenas estudantes de um dos ciclos e, desta forma, estejam mais focadas no aprendizado da faixa etária que atende.

A expectativa do governo é de que até mil escolas e mais de um milhão de estudantes sejam atingidos com a mudança. Segundo a assessoria de imprensa da pasta de educação, os alunos que vão precisar ser transferidos serão matriculados em escolas que ficam até no máximo 1,5 quilômetro de suas casas. Eles serão informados sobre o endereço da nova unidade até o mês de novembro.

Escolas fechadas
Alunos de pelo menos duas escolas estaduais de São Paulo já foram notificados de que as instituições de ensino nas quais estudam serão fechadas em 2016. O possível fim das atividades está ligado à reestruturação do ensino. As mudanças devem ocorrer em todo o estado, com mais de 400 colégios sujeitos a fechar as portas partir do ano que vem.

A Escola Estadual José Edson Martins Gomes, de Osasco, na região metropolitana, é uma delas. Estudantes contam que funcionários do colégio já comentaram sobre o fechamento e informaram que eles devem buscar outro local para continuar os estudos. A unidade funciona nos três turnos e conta com mais de 1,2 mil alunos dos ensinos fundamental e médio.

A Escola Padre Sabóia de Medeiros, na Chácara Santo Antônio, Zona Sul da capital paulista, seria outra das atingidas pela reestruturação. Se fechar, os 800 alunos da instituição seriam remanejados para a Escola Plínio Negrão, que fica a 3,5 km dali – distância maior do que o limite estipulado pelo governo.

Governo garante vagas
De acordo com Sandoval Cavalcante, dirigente regional de ensino, “nenhum aluno ficará sem vaga”. O representante da Secretaria Estadual de Educação ressaltou também que nenhum espaço escolar será inutilizado.

Segundo ele, em caso de “disponibilização” de unidades, elas serão utilizadas para outros serviços de educação. Ou seja, se forem desativadas, as escolas serão transformadas em creches ou Etecs, por exemplo. Cavalcante explicou ainda que não há nenhuma decisão definitiva quanto ao apontamento de quais colégios serão fechados. O dirigente afirma que não está definido nem se algum deles será, de fato, desativado.

“Nós continuamos com processo aberto. Os diretores de escola devem encaminhar suas discussões junto às comunidades escolares. A diretorias de ensino estão abertas a esse procedimento para que possamos fechar a melhor proposta possível, para que os alunos tenham a vagas garantidas e a reorganização possa acontecer”, completou.

(Créditos: G1)